Emma Goldman (1869 — 1940) foi uma anarquista conhecida por seu ativismo, seus escritos políticos e conferências que reuniam milhares de pessoas nos Estados Unidos. Teve um papel fundamental no desenvolvimento do anarquismo na América do Norte na primeira metade do século XX.
Nascida em Kovno, no Império Russo (atual Kaunas, na Lituânia), Goldman emigrou para os Estados Unidos da América em 1885 e viveu em Nova Iorque, onde conheceu e passou a fazer parte do florescente movimento anarquista. Atraída pelo anarquismo após a Revolta de Haymarket, Goldman tornou-se uma renomada ensaísta de filosofia anarquista e escritora, escrevendo artigos anticapitalistas bem como sobre a emancipação da mulher, problemas sociais e a luta sindical. Ela e o escritor anarquista Alexander Berkman, seu amante e companheiro por toda vida, planejaram assassinar Henry Clay Frick como uma ação de propaganda pelo ato. Embora Frick tenha sobrevivido ao atentado, Berkman foi sentenciado a vinte e dois anos na cadeia. Goldman foi presa várias vezes nos anos que se seguiram, por "incentivar motins" e ilegalmente distribuir informações sobre contracepção. Em 1906, Goldman fundou o jornal anarquista Mother Earth (Mãe Terra).
Em 1917, Goldman e Berkman foram sentenciados a dois anos na cadeia por conspirarem para "induzir pessoas a não se alistarem" no serviço militar obrigatório, que havia sido recentemente instituído nos Estados Unidos. Depois de serem soltos da prisão, foram novamente presos - junto com centenas de outros progressistas - sendo deportados para a Rússia. Inicialmente simpatizantes da Revolução Bolchevique daquele país, Goldman rapidamente expressou sua oposição ao uso de violência dos sovietes e à repressão das vozes independentes. Em 1923, ela escreveu sobre suas experiências entre os bolcheviques, dando forma ao livro Minha Desilusão na Rússia (My Disillusionment in Russia). Enquanto viveu em Inglaterra, Canadá e França escreveu uma autobiografia chamada Vivendo Minha Vida (Living My Life). Com o início da Guerra Civil Espanhola, em 1936, Emma, já com mais de 60 anos, viajou até a Espanha para apoiar a Revolução Anarquista.
Durante sua vida, Goldman foi celebrada por seus admiradores, como uma livre pensadora e "mulher rebelde", e achincalhada pelos adversários, como sendo defensora de assassinatos políticos e revoluções violentas. Seus escritos e conferências abrangeram uma variedade de assuntos, incluindo natureza da pena de prisão, ateísmo, liberdade de expressão, militarismo, capitalismo, casamento e emancipação das mulheres. Também desenvolveu novas formas de incorporar políticas de gênero no anarquismo.
Após décadas de obscuridade, nos anos 1970 o legado de Emma voltou novamente a ser reconhecido na medida em que acadêmicas feministas e anarquistas passaram a se interessar em conhecer mais e divulgar sua trajetória e sua obra. É creditada a ela a famosa frase: "Se não posso dançar, não é minha revolução" - que define de maneira simples a ideia anarquista de liberdade.
Emma Goldman faleceu na cidade de Toronto, no Canadá em 14 de Maio de 1940.
Escritos[]
Livros[]
- Anarquismo e Outros Ensaios[1]
- Esboço Biográfico
- Prefácio
- Anarquismo: Pelo Que Se Levantar
- Minorias Contra Maiorias
- A Psicologia da Violência Política
- Prisões: Uma Falha e Um Crime Social
- Patriotismo: Uma Ameaça a Liberdade
- Francisco Ferrer e a Escola Moderna
- A Hipocrisia do Puritanismo
- O Tráfico em Mulheres
- O Sufrágio Feminino
- A Tragédia da Emancipação Feminina
- Casamento e Amor
- Teatro: Disseminação Poderosa do Pensamento Radical
- Minha Desilusão na Rússia[2]
- Prefácio do Primeiro Volume
- Prefácio do Segundo Volume
- Deportação Para a Rússia
- Petrogrado
- Pensamentos Perturbadores
- Moscou: Primeiras Impressões
- Conhecendo o Povo
- Auxiliando Deportados Americanos
- Casas de Descanso para os Trabalhadores
- O Primeiro de Maio em Petrogrado
- Militarização Industrial
- A Missão Operária Inglesa
- Uma Visita À Ucrânia
- Sob a Superfície
- Unindo-se ao Museu da Revolução
- Petropavlovsk e Schlusselburg
- Os Sindicatos
- Maria Spiridonova
- Outra Visita à Piotr Kropotkin
- Em Curso
- Em Kharkov
- Poltava
- Kiev
- Minha Nova Desilusão na Rússia[3]
- Prefácio
- Odessa
- Voltando à Moscou
- De Volta à Petrogrado
- Arcanjo e Retorno
- Morte e Funeral de Piotr Kropotkin
- Kronstadt
- Perseguição aos Anarquistas
- Caixeiros Viajantes da Revolução
- Educação e Cultura
- Explorando os Famintos
- A República Socialista busca a Deportação
- Palavras Finais
- O Indivíduo, a Sociedade e o Estado, e outros Ensaios
- Introdução por Carlo Romani
- O indivíduo, a sociedade e o Estado
- A preparação militar nos conduz direto ao massacre universal
- Patriotismo: Uma Ameaça a Liberdade
- A revolução social é portadora de uma mudança radical de valores
- O comunismo não existe na Rússia
- Trotski protesta em demasia
- O Significado Social do Teatro Moderno[4]
- Vivendo Minha Vida (Biografia)[5]
Artigos[]
- A Falha do Cristianismo[6]
- Olhei de Relance: A Estátua da Liberdade[7]
- Ao Juri (9 de Julho de 1917)
- Ao Congresso da Associação Internacional dos Trabalhadores
- Os Últimos dias de Alexander Berkman
- Uma Corrida Inesperada Pela Espanha
- Anarquia e a Questão Sexual
- Anarquia Defendida Por Anarquistas (com Johann Most)
- Uma Nova Declaração de Independência
- Um Esboço de Alexander Berkman
- Deportação Seu Significado e Ameaça
- Abaixo aos Anarquistas!
- Durruti está Morto, e Ainda Vive
- Ciúmes: Causas e uma Possível Cura
- Luz e Sombras na Vida de Uma Vanguarda
- Sobre o Assassinato de Frick
- Excertos do Julgamento de Alexander Berkman e Emma Goldman
- O Lugar do Indíviduo na Sociedade
- A Filosofia do Ateísmo
- Despreparo, a Estrada Para a Escravidão Universal
- O Obituário de Ross Winn
- Sacco e Vanzetti
- Samuel Gompers
- A Importância Social da Escola Moderna
- Socialismo: Pego em Uma Armadilha Política
- Sindicalismo: Uma Ameaça Moderna ao Capitalismo
- A Trajédia dos Exilados Políticos
- A Verdade Sobre os Bolcheviques
- Não Existe Comunismo na Rússia
- Trotsky Protesta Demais
- Voltairine De Cleyre
- Minha Vida Valeu Vivê-la?
- No Que Acredito
- O Tráfico de Escravos Brancos
Ligações externas[]
- Biografia destacada de Emma Goldman na Wikipédia.