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Saberes de combate e convivência necessários para a transformação

Protopia

Anarcologia[]

Nossa meta é arrancar o conhecimento de estantes empoeiradas e dos livros esquecidos, e espalhá-lo por aí como quem lança sementes pela terra. Arrancar sobretudo os velhos princípios libertários dos caixões do esquecimento, esses saberes e histórias de liberdade, rumo esta sociedade onde a justiça é social e não capital, a liberdade pela qual tantos viveram, sofreram e morreram.

Anarcologia são e serão esses saberes necessários que se espalham pelo mundo dos homens, as vezes combatidos por cargas e canhões, as vezes silenciosos como o oceano profundo. Não nos roubarão a história, já que, como esse novo mundo que cada um de nós leva dentro de si, ela insiste em retornar das fotos amassadas e páginas amareladas na forma de outros meios de informação. Os conhecimento está se emancipando da propriedade, logo será a vez dos homens e esse tempo chegará. Não mais será suficiente dizer que o rei está nú, não pararemos até que eles esteja sem cabeça.


Ocultismo[]

Macaco acima abaixo web
«"o animal que causa maior número de mortes na população humana é o mosquito."»
( Wikipédia)


«""Big Brother is Watching You, so Learn to Become Invisible"
( Pichação em muro inglês)


O Ninjitsu - o Hacker - o sabotador, o espião - o ataque psíquico - invisibilidade e ação - Como usar a cultura contra ela mesma - A justiça toma caminhos obscuros num mundo onde as leis são injustas. Lance sua ação sem deixar rastros, ela deve chamar a atenção ao ser efetiva, não você. Não seja pego jamais! - o profeta diria. Você deve-se aproveitar saudavelmente da paranóia Orwelliana, e realmente não existir, não existir a ponto de nínguem suspeitar de você, seja normal, estranhamente normal, cuidado com os seus atos e discursos, não deixe a obviedade transparecer, se camufle na multidão de rebanhos e tribos se preciso.

O agente do caos não tem identidade nem se reporta a chefes, ele é seu próprio chefe, ele voa acrobaticamente como a Borboleta, e ferroa como uma Abelha. Suas missões são notórias e espetaculares e seus efeitos são duradouros, mas ele é o contrário: efêmero, humilde e anônimo; Ele já teve vários codinomes: Luther Blisset, Timóteo Pinto, Robin Hood, Wu ming; Ele é anti-secreto, anti-seita, anti-sociedade-secreta; ele trabalha com grupos e com outros agentes mas não se prende a dogmas ou idéias; Seu campo de batalha é a mente. Quanto mais desenvolver seu psiquismo e suas habilidades astrais, mais agentes poderão ser despertos da matriz. Lembre-se zumbis illuminatis querem devorar-te

A história nos mostra, mas não ensina. Os agentes - o ninjutsu - o Hashshashin - o Luddita - o xamã - através das eras, eram renegados e quanto mais tudo mudava, mais continuava igual. Os assassinos, apesar de marionetes eram eficientes no que se propunham e penetravam virtualmente em qualquer círculo, sua rede era bem articulada, ao seu tempo eram todos agentes do caos. Os ninjas e as tongs eram a revolta popular fantasticamente misteriosa, de certa forma bandidos baratos, mas respondiam com ações ao status quo da e ao seu tempo eram todos agentes do caos. Os operários quebradores de máquinas, tinham consciência de classe e se agrupavam, mas justamente esse ranço sindicalista os domesticou, ao seu tempo eram todos agentes do caos. Os xamãs cantavam mantras, lançavam maldições aos colonizadores, estes banhavam a prata e o ouro com sangue da terra, ao seu tempo eram todos agentes do caos.

Piratas do século 21 uni-vos, o sonho do pistoleiro Sem Nome acabou, pólvora e chumbo não tem mais efeito do que fogos de artíficio, o que vale é a consequência dos atos, quantas mentes ele despertará, quantos territórios ele galgará para si. Hacker seja Cyberpunk, criptografe vossa alma, e a Esfinge burocrática não lhe devorarás. O front dessa guerra é o ciberspaço, as brumas etéricas da consciência.

Nomadologia[]

«"Saia do caminho da Justiça, ela é cega!
( - Stanisław Jerzy Lec)


A ciência do devir - a caravana - desempoderamento pela ausência - a negação das fronteiras políticas e linguísticas da velha ordem: Nações são prisões. A experiência do andarilho. O deslocamento e a obtenção de recursos.


O nomadismo é uma forma de se relacionar com o ambiente do entorno, tanto físico quanto cultural, quanto psicicológico, por quê os três são um só e a possibilidade de interações com este ambiente é virtualmente ilimitada. O nomadismo pede isso, testar as interações com o ambiente.

Todos os dias você vai de casa para o trabalho e do trabalho para casa no mesmo horário? Você almoça no mesmo restaurante e conversa com as mesmas pessoas sobre a mesma série idiota da televisão paga?

Por quê você não se perde? Não chega no trabalho mais cedo e prepara o café ou lê a agenda do chefe? Expanda seus horizontes para além da rotina massacrante. Continue na rotina massacrante, qualquer que seja, se isso for por algo mais que dinheiro, férias, drogas ou outras compensações fúteis.

Tenha mais de uma casa, viva entre elas. Tenha mais possibilidades, experiências, pessoas com quem interagir. Pensando rotas alternativas, mantimentos e eventuais contratempos. Ainda saiba se orientar pelas manifestações da natureza, mas também saiba se orientar na web.

Você sabe fazer fogueira? Já sofreu um transe e se transformou em outro ser, com outras potências? Já pulou para a terra do deconhecido? E se viu perdido, apaixonadamente perdido? Já sentiu o arrepio na espinha do inimaginável?

Pense diferente e implemente essa diferença. Somos governados por leis naturais e leis sociais, mas usamos da natureza e, enquanto sociedade, criamos e gerimos essas leis que nos governam. Governam? Ainda governam? Só porque não investimos, vários, em algo diferente. As fronteiras, leis e entraves estão na mente.


O nomadismo é isso. O nomadismo é psíquico, é interno...mas é também essa ação modificando o externo, na rede, no coletivo em que estou. É investir em destruir, é investir em construir a partir de outros nós, feitos com, praticamente a mesma corda social. Pois não podemos prescindir da troca, mas podemos mudar, ou até eliminar o dinheiro. Podemos pensar em outras alianças entre os homens e o cosmos. Podemos insistir na pedagogia cotidiana para uma nova ética e uma nova espiritualidade. Podemos gerenciar uma outra territorialidade, sem nenhuma propriedade. E assim por diante.

Nomadismo é uma estratégia do presente, do agora, é quase um Dharma quântico. Não é uma estratégia nômade, mas a multiplicação de micro-estratégias, sincronicamente alinhadas, um enxame de idéias de libertação.

Nomadismo como conceito é uma máquina de guerra, criado para resistir ao monolitismo, para transcender a domesticação e alienação. Portanto, é uma estrtégia da consciência, abertura e resistência. É uma estratégia do movimento para o movimento.

Nomadismo é uma estratégia tribal, baseando-se na comunidade, hospitalidade e troca, de pessoas para pessoas, com sentimentos e de sentimentos. Esses valores são essenciais para a sobrevivência dos nômades. O nomadismo é uma estratégia para aqueles que não querem renunciar à sua liberdade.

Comunicalidade[]

A arte do diálogo e o primado do entendimento mútuo - manifesto contra a lógica de partido - técnicas de conversação - diálogo mediado vs. diálogo não mediado - os saberes indígenas sobre a arte de contar e de ouvir.

Anarquitetura[]

Arquitetando e constituindo espaços de liberdade


O primado do equilíbrio entre espaço e ação humana - a ambiência e o reencantamento da vida comunal cotidiana.

Reencantando[]

Para que haja uma coesão em qualquer grupo, é necessário que existam mais do que objetivos racionais compactuados entre todos. É necessário um imaginário em comum, algo que vá além da razão e que de um certo encantamento para a vida cotidiana, já que razão não podemos encontrar. É por isso que as sociedades em toda a história desenvolveram religiões, credos, etc. As pessoas, para viverem em coletivo, precisam acima de tudo acreditar nas mesmas coisas. Essas coisas dão sentido a vida e tornam todos parte de um sistema imaginário no qual, por haver algo supremo e intocável, há um encantamento da vida. No entanto, devemos lembrar, essa necessidade humana foi quase sempre utilizada como forma de concentrar poder, seja no clero, seja numa nobreza.

Para a vida coletiva é preciso ter e manter referências e hábitos em comum. Coisas que dão sentido a vida e fazem com que todos partilhem de um mesmo imaginário. É isso que faz nós reconhecermos uns aos outros e desejarmos permanecer juntos. Mas há de se ficar atento pois canalhas de todas as épocas buscaram manipular este princípio comum como meio de concentração de seu poder de influência.

Mas voltemos há alguns milênios atrás. Certamente a vida naquele tempo não partia de uma concepção separatista entre o que é racional, real do que é imaginário e irreal. Os deuses gregos viviam entre os humanos e, embora ninguém os visse, isso não fazia muita diferença. O que importava era que suas estórias, suas lendas, suas fábulas, serviam de incentivo a vida comunitária, a vida amorosa, ao trabalho, à vida de toda forma. Era uma espécie de brincadeira, onde crianças adultas utilizavam pensamentos de deuses (que na verdade era o senso comum da comunidade) para dar um sentido não racional ao sexo, ao amor, ao ódio e a tudo quanto fosse possível. Os deuses se riem de nós hoje em dia, mas naquela época, os seres humanos também riam dos deuses.

Talvez isso seja uma boa forma de resgatar o que devemos entender como cerne do imaginário: o imaginário não é estático e nunca deverá ser, mas isso não impede que falemos, escrevamos e façamos o que bem entendermos sem que isso faça qualquer sentido racional. O importante é que rir de deuses que nós mesmos criamos.

Assim, podemos, por exemplo, pedir para que cada integrante do coletivo crie uma religião. Ou que criemos uma, ou várias. O importante é que possamos ter valores culturais que, embora secretamente saibamos de sua falta de sentido, nos deem sentido para o cotidiano. Obviamente nossas festas pagãs não serão como as cristãs, não serão baseadas na virgindade de uma santa, mas sim na promiscuidade de uma titã. Sair pelado na rua é uma ótima sugestão como adoração aos deuses, uma vez por ano, ou por dia, tanto faz. Bacanais regados a vinho no inverno, e orgias em rios e lagos no verão. Podemos criar cumprimentos beijando seios (nas mulheres) e bundas (nos homens) que serão utilizados diariamente. Ou simplesmente podemos criar o dia da confissão, onde todos falam seus podres frente a todos e onde não podemos reprovar a atitude do semelhante, ou talvez possamos dar um tapa ou um peido na cara. O peido, por si só, poderia, porque não, ser uma atitude de elevação divina. Não importa, o importante é que se crie coisas esdrúxulas as quais darão sentido a vida que pode, em momentos solitários, parecer tão sem sentido.


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